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Esta é uma história simples, mas sabiamente construída, com base num discurso emitido por algumas vozes infantis que se dirigem a um destinatário, também ele infantil, chamado João. Desde o início, “ouvimos” justificações sucessivas para a recusa do convite formulado pelo João, um conjunto de “desculpas” para não participar na aventura ou no sonho deste pequeno herói, uma situação que, aliás, acabamos por deduzir, à partida, desde o título, Lua não, muito obrigado!. A «vontade mais alta» de João de ir à Lua não encontra eco nos desejos e planos bem terrestres dos seus companheiros: acabar os trabalhos da escola, ir ao Circo Fantasia, ir à praia, visitar as grutas, fazer um piquenique ou «ir ver uma fita». (Des)encontram-se, aqui, dois mundos: o do João, que é fortemente marcado pelo sonho e pela aventura; e o dos seus amigos, que parecem, acima de tudo, ter os pés bem presos à terra e ao que é concretizável facilmente e sem riscos. Só no final, na última parte desta narrativa em verso, ouvimos claramente a voz de João que, voltando-se para os companheiros lhes diz: «- Vocês são todos uns atados (…) / e se julgam que eu não vou estão muito enganados.» Assistimos, depois, ao desfecho desta aventura ainda por iniciar, um desenlace bastante inesperado e muito bem humorado, como se pode verificar nos segmentos que fecham o livro: «O seu apelo encontrou eco / na capoeira / levou pato marreco / o galo e a companheira / levou pinto calçudo / levou coelhos e tudo. / Disse que ia / e foi / até quis levar um boi / … mas não cabia.» | Sara Reis da Silva
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| Título LUA não muito obrigado! | Autor(es) Carlos Pinhão, Pedro Cavalheiro (Ilustrador) | Tipo de documento Livro | Editora Livros Horizonte | Local Lisboa | Data de edição 1985 | Área Temática Infância, Sonho, Aventuras | |
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