Leitores medianos 
 
 
 
 
   
   
   
       
 
COMENTÁRIO
 

Este é um livro composto por duas narrativas breves, cuja temática se desenvolve a partir de uma época festiva muito especial e de uma figura mítica idolatrada pelos mais novos, o Pai Natal. Nas duas histórias que compõem o livro, «Mistérios de Natal» e «A Primeira Prenda do Pai Natal», escritas num discurso algo próximo do oral e num estilo irónico e, em muitos momentos, divertido, assistimos, na primeira, a um estranho sonho de uma menina, Lavínia, e dos seus pais. Nesta, o mundo das crianças e dos adultos parece estar às avessas, porque é a menina que veste os pais, que os leva a passear ao centro comercial e que lhes conta a verdadeira história do Pai Natal. No final, Lavínia, aparentemente convencida pela mãe, acaba por concordar que o Pai Natal não existe, ou melhor, acaba por concordar só nas palavras… . A segunda história coloca em primeiro plano um Pai Natal muito sensível e preocupado com os presentes que, há anos e anos, os meninos lhe pedem. Começava a sentir-se cansado, exausto, velho até, não fosse a ajuda de Doroteia, não fosse a maravilhosa prenda que a menina, por fim, lhe oferece… . O delicioso tom cómico que perpassa as duas narrativas prende o leitor, infantil ou adulto, que logo imagina: um “gorducho” Pai Natal, «todo lambuzado de açúcar e canela», a prometer: «amanhã cedo começo a dieta…» (idem, ibidem: 14); um Pai Natal muito confuso com os modernos pedidos infantis quase todos a recair nos “gameboys” ou nas “Barbies”; um Pai Natal «cujo forte nunca tinha sido a matemática» e, por isso, «chumbara até duas vezes no exame final do curso, porque lhe calhava sempre o mesmo problema – “um trenó tem quatro pares de renas; quantas renas, ao todo tem um trenó?” – e ele nunca atinava com a resposta certa.» (idem, ibidem: 22); ou, ainda, uma Mãe Natal “dorminhoca” que, quando acordava de repente, ficava «impossível de aturar» (idem, ibidem: 20). Nota máxima, também, para as expressivas ilustrações de João Caetano, que, uma vez mais, recorre a uma técnica mista, baseada essencialmente em colagens muito interessantes.
| Sara Reis da Silva
   
 
   
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