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A publicação de Frederico[1] (2004), uma fábula de Leo Lionni que recria, com laivos de modernidade, o texto clássico de A Cigarra e a Formiga, também revela as potencialidades que este tipo de estrutura narrativa revela em edições contemporâneas. Neste caso concreto, Frederico, o protagonista, encarnará a figura do poeta como um elemento fundamental na sociedade, uma vez que as suas criações não só enchem de beleza e de alegria a vida dos outros, como desempenham um papel tão crucial como os próprios alimentos. De alguma forma, assiste-se, no caso concreto deste texto, a uma subversão da fábula tradicional, uma vez que a figura da cigarra, cantora e dançarina, despreocupada em relação ao futuro, é agora transformada num ratinho que se inspira no sol e nas cores de Verão (e na observação da beleza da paisagem natural que o rodeia) para recriar as palavras e, de alguma forma, o mundo. Os leitores já não encontrarão uma cigarra cujo amor pelas artes é castigado, mas a defesa de que todas as actividades humanas, realizadas com empenho e paixão, são úteis para a sociedade, uma vez que o trabalho de Frederico é reconhecido e elogiado por todos, incluindo aqueles que, no início, tinham alguma dificuldade em compreender a sua singularidade. | Ana Margarida Ramos
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[1] Para uma leitura mais atenta deste clássico da literatura infantil universal, só publicado em Portugal em 2004, ver, por exemplo, a análise proposta por Mercedes Gómez del Manzano, 1988: 93-95.
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Título Frederico | Autor(es) Leo Lionni, Leo Lionni (Ilustrador) | Tipo de documento Livro | Editora Kalandraka | Data de edição 2004 | Data da edição original 2004 | Área Temática Animais, Afectos, Arte, Poesia, Diferença, Tolerância | ISBN 97-2878-127-X | |
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