COMENTÁRIO
O título e a ilustração da capa são os elementos que, de imediato, fazem prever o motivo desencadeador do discurso na primeira pessoa que domina a narrativa: uma criança que, como tantas outras, se recusa a usar uns óculos vulgares. Com a sua forte e bem humorada componente pictórica, este texto coloca em primeiro plano um menino–narrador cuja capacidade de sonhar “alivia” o “sofrimento” de ter que usar óculos. As diversas possibilidades de ver repercutem-se, visualmente, nos vários formatos de óculos e, desta bem conseguida articulação verbo-icónica, resulta um objecto artístico muito apelativo, que proporciona diferentes níveis de leitura. | Sara Reis da Silva |