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COMENTÁRIO
 

É com a expressão verbo-pictórica do isolamento referido que esta narrativa abre: «A cor especial sentia-se só.» Em contrapartida, do ponto de vista pictórico, observa-se a criação de um cenário vasto, a ocupar as duas páginas iniciais e a representar um espaço no qual se inclui, além dos elementos participantes da representação espacial – como uma árvore, uma casa ou uma estátua equestre –, a heroína deste conto, com uma expressão amargurada. Depois, através do recurso à oposição e à diferenciação visual da protagonista das restantes Cores, o narrador introduz uma peripécia e outras personagens maravilhosas – o olho Benvisto e os seus amigos Lux e Sintomuito –, que possuem uma função determinante na instauração do equilíbrio eufórico final que caracteriza esta narrativa: «A Cor Especial, depois de muito brincar, e ainda mais do que muito brincar, com os três amigos, percebeu que nada é a preto e branco. E que cada um pode ser arco-íris. Sentiu-se ouro sobre azul.» Ao nível ideotemático, a construção diegética e pictórica, de índole maravilhosa, serve também a veiculação metafórica do estado ou da condição humana daqueles que, por razões tão simples como a tendência reflexiva ou a sensibilidade, se apresentam como diferentes entre iguais. O universo em que se move a protagonista, um espaço visual no qual prevalecem os traços minimalistas, os ângulos agudos ou alguma rigidez pictórica, parece lembrar a “dureza” do espaço citadino ou industrial. |Sara Reis da Silva
   
 
   
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